quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A presença do Cristo - Certeza de um pasto saudável


         Texto reflexivo com base no Evangelho de Jesus conforme a narrativa do Evangelista Mateus cap. 2.
        
           “(...) de ti sairá um guia que há de apascentar o meu povo Israel”.
        
        “Apascentar”, é a palavra usada pelo evangelista Mateus, registrada na fala dos sacerdotes e escribas judaicos, em resposta à célebre pergunta do rei Herodes: “Onde há de nascer o Cristo?” Pergunta esta, fruto de outra, inquietante, já feita pelos magos do oriente que passavam por Jerusalém: “Onde está aquele que é nascido rei dos judeus?” A primeira, a pergunta de Herodes, expressa o fato do nascimento de Jesus com uma descrição espiritual: “O Cristo”; a segunda, dos magos, traz um tom de certeza e vem com uma descrição de valor político: “rei dos judeus”. A concepção, “O Cristo”, está inserida na ideia judaica vétero-testamentária da vinda de um Messias, alguém com função sacerdotal e, portanto, atrelada à palavra , “ungido”. Já “rei dos judeus” parece transmitir um conceito fora do campo religioso e é interessante que foi transmitido pelos magos do oriente, portanto, pessoas mais distantes do contexto judaico.
        É notório que a ideia da profecia de Miquéias, aqui suscitada, aponte para a pessoa de Jesus, como um “guia” e um “pastor”. De acordo com os dicionários a palavra apascentar significa pastorear, levar ao pasto, nutrir, recrear, deleitar. Etimologicamente vem do latim pascere que traz o mesmo sentido. Apascentar: quem? como? onde? quando?
       Naquele contexto, ser apascentado era tudo que Israel, como povo de Deus, precisava. Recíproca verdadeira para todos os outros povos, e para cada um de nós, vinte e um séculos depois do primeiro Natal.
       É curioso que o vocábulo tenha vindo da fala dos sacerdotes. Afinal eles detinham o conhecimento teológico a respeito das profecias messiânicas. Aquele foi um discurso que denunciou a situação tanto do povo quanto da instituição sacerdotal e escribal. Essas castas não conseguiam pastorear. E, mais tarde diria o próprio Cristo a respeito das multidões que o procuravam: “eram como ovelhas que não têm pastor” (Mt.9.36). Parece mesmo que os sacerdotes da época encarnavam esta necessidade. Por outro lado, a denotação de certeza dos magos também é curiosa. Por que será que Deus permitiu que assim fosse registrado? Estariam eles satisfeitos, nutridos, apascentados, pelas informações sociais e astrológicas? Entretanto, note-se, o cerne do seu discurso é mais político que religioso. Procura-se um “rei” e não necessariamente o “Cristo”.
        Hoje, também, pode-se afirmar a pesar dos muitos que se intitulam “pastores”, por vezes, a igreja aparece carente de ser apascentada, necessita de pasto saudável.
          Os sacerdotes (pastores) daquela época e de agora, o povo de modo geral, as nações, os líderes, as instituições, tudo precisava e precisa ser apascentado.
        Creio que os dias que se seguiram àquela experiência não são diferentes. A pós-modernidade Criou “apascentadores” de todos os tipos e para todos os gostos, situações e perfis. Há os do púlpito, do altar, do gabinete e os virtuais, há também os do campo e de todas as instâncias. Entretanto, ainda se vê uma geração insatisfeita, com nítidos sinais de fome. Será que não é por que numa grande maioria os “pastores” sinalizam “o caminho” apenas com nutrição programada para interesses particulares? Como bem profetizou Judas, o irmão de Tiago: “pastores que a si mesmo se apascentam” (Jd. 12).
        É notório que nos cansemos de ver os humanos transformar a Igreja num ponto de comércio, para satisfazer a seus próprios interesses ou ao patrimônio edificado, e não às reais necessidades espirituais que dominam as ovelhas e os próprios pastores. Falta o cultivo de um pasto com nutrientes que verdadeiramente conduzam ovelhas a Cristo, à vida eterna, coisas essas bastante diferentes das preocupações materialistas que campeiam os vínculos religiosos do cristianismo pós-moderno.
       Onde há de nascer o Cristo? Ou, onde Ele está? Independente do viés que tomemos para essas indagações, o fato é que Ele, o Cristo, quer nascer e estar em nós, em nossa história, em nossas atitudes em nossas reflexões e traduzir o nosso cristianismo para além do ritualismo e dos shows em que tem se transformado a cada dia o elemento religioso.

sábado, 9 de junho de 2012

DEUS ESTÁ NO COMANDO

                               
     O rio corre em paz seguindo o seu próprio curso. Ele cumprirá o seu propósito e seguirá o seu rumo. Passará por valados, caminhos íngremes, linhas retas e curvas sinuosas. Descerá montes, formará cascatas e cachoeiras e em algum lugar repousará tranquilo, na certeza que das muitas jornadas, a natureza foi servida e muitos seres humanos de si usufruiram.
     Como filhos de Deus devemos entender isso e descansar em paz seguindo, sem apressar, o curso da vida que o próprio Pai tem traçado para nós. 
 

Jesus disse: Deixo-vos a paz, não vo-la dou como o mundo a dá, não se turbe o vosso coração nem se atemorize (JO 14.17) 

Certamente devemos crer que Deus, o Pai está no comando de todas as coisas.

 SOB O CONHECIMENTO DE DEUS

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Invoca-me e te responderei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes. Pois assim diz o Senhor, o Deus de Israel (...). (Jer 33.3)


SALMO DE VIGÍLIA
                                     (Jailson Estevão dos Santos)
I) Ergo a minha voz a Ti SENHOR,
Pois na infinitude das tuas santas misericórdias
Garantes que clamando aos céus de tua glória,
Serei ouvido ainda que indigno pecador.

II) Elevo a Ti Senhor a minha humilde prece,
Já me agrado de Tua presença santa.
Tu és bálsamo e conforto que aplaca a minha dor.
Se te contemplo nada mais importa e descanso em fé.

III) Derramo-me em lágrimas por tantas coisas vis,
E teu espírito ó IAVEH SHAMÁ conduz minha oração
És Deus que ouves mais que isso, atendes!
Teus filhos que se prostram crentes em adoração.

IV) De madrugada te busco, no silêncio ouço o teu falar,
Inconfundível voz, de alento, de luz e direção.
Como é doce e suave a paz que invade o aposento!
O mundo dorme, enquanto do meu leito persevero em vigiar.

V) Pela manhã, ainda sereno, o sol, e em teu poder,
Trazes a mim vislumbres de sono reparador.
Minha prece vespertina, esquecida não será,
Passa o dia, as provações, e permaneço vivo em teu amor.

VI) Não me deixes jamais confundido em minha fé,
Toma-me em teus braços. Finda-se mais um dia de labor.
Que temores não me cheguem, faz-me repousar.
Sou teu filho, sou teu servo, fica comigo Senhor.

domingo, 1 de abril de 2012

PÁSCOA: MORTE QUE PRODUZ VIDA?


Sim. Conhecemos bem essa realidade ao olharmos para a semente que só após a sua morte é que pode fazer gerar a vida. Ela brota linda, pulsante e gloriosa.
A morte de Cristo na cruz traz-nos essa certeza pela fé. Ele morreu para nos trazer vida, e ressuscitou para provar que tem poder sobre as duas realidades. Então precisamos contemplar mais a cruz de Cristo e a missão ali cumprida. Devemos também extrair dela as mais importantes lições para a nossa missão enquanto vivemos neste plano.
Eu sei que a sociedade moderna vê nessa fé um mito de subserviência, contudo, o crente em Cristo não se deixa levar pelo questionamento. Há promessas de vida, aqui e no além, e por uma questão de fé e experiência vivida aqui na terra, enquanto segue o Mestre, persiste confiante na graça e no amor de Deus.
A vida do cristão, embora vivida em meio às dores, contradições e trevas desse mundo, sinaliza no paradoxo da fé, e de cada experiência de morte, fará pulsar a vida, a vida nova, no Cristo vivo.
A todos desejamos uma feliz páscoa e profundas reflexões que tragam vida e esperança.

domingo, 18 de março de 2012

Paz e Paradoxo

Às vezes não é fácil compreender como em meio a tantas guerras, lutas, sofrimento e contradições na vida do "Povo de Deus", tanto da nação histórico-bíblica de Israel como dos redimidos (igreja triunfante e militante), pode se falar de paz. O seu melhor conceito ainda é o de "comunhao com Deus e harmonia com sua Santa Palavra.
A adoração a Deus (IAVÈ) e a obediência absoluta à sua revelação sempre foi a condição para o estabelecimento dessa paz. A quebra desses princípios opera a guerra: do ser humano consigo mesmo, com Deus e com a natureza.
Acompanhe as reflexões do portifólio 2012 (ao lado), e veja como o Profeta Jeremias anunciou essa paz mesmo em meio à revelação do cativeiro babilônico que operou o castigo, o livramento e a restauração.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

SHALOM É A PAZ COMPLETA

   Quando a Bíblia faz referência à Paz, está falando de um bem estar com Deus, com o próximo e de cada um consigo mesmo. Isso pressupõe também um cuidado todo especial e amor pelo meio ambiente.