A palavra (namorar), tem mais profundidade
exegética que o aspecto semântico que se lhe atribui. Amor, paixão, relacionamento,
desejo, atração, ficar, flertar, paquerar, etc. São tantas significações, e
nenhuma delas exprimem um sentido real. É melhor pensar o termo a partir de
“enamorar” para que o mesmo possa se adequar à seguinte etimologia: EN+AM+ORAR.
Ou seja, o namoro é um projeto que internaliza amor e fala. É um projeto de
amizade que se efetiva no diálogo. Assim, embora associemos o namoro às coisas
do relacionamento lírico-amoroso entre os seres humanos, linguisticamente todos
ficam enamorados quando envolvidos num verdadeiro sentimento de amor e paixão
que se efetive dialogicamente no princípio do respeito e mutualidade, por
alguém ou alguma causa.
É, contudo,
no relacionamento prático que namorar faz bem e faz diferença. O Ego
precisa sempre se colocar como alter para banir o alienus. Os
enamorados, amam, partilham, compreendem, sussurram (não gritam), e se
comunicam. Há um frenesi nisso. Quantas loucuras se fundam no relaxamento da
comunicação!
Por isso
mesmo é que o sábio Salomão colocou entre as “maravilhas” do mundo e ainda como
algo como que inexplicável, o “caminho do homem com uma virgem”, preconizando a
beleza de um relacionamento amoroso.
Mais que
olhar, paixão, contato e lirismo, os enamorados se atraem, partilham, amam, e,
sobretudo, são práticos na comunhão, pois se comunicam e se comunicar é pôr uma
comunhão em ação.
Feliz dia
dos namorados a todos!!!!!