Mas de dois mil
anos se passaram e a mensagem do Natal continua ecoando entre nós. Porém é um
eco cheio de contradições. É curioso que o verdadeiro sentido da festa é
reclamado, a cada ano mais intensamente, a partir de próprios círculos
cristãos. Nos cultos, nos sermões, nas performances teatrais, nas músicas,
repica-se o vocativo. É o chamado a um testemunho autêntico.
Há um por que
para essa insistência? Penso em três possibilidades:
1)
Ou Cristo e sua mensagem
não são entendidos e vividos integralmente (o sentido do Natal como prática
diária);
2)
Ou o Natal virou uma mera
tradição, e nesse caso seu significado não importa, contanto que pessoas tenham
algo a festejar. (Justifica-se o mercantilismo em torno do mesmo).
3)
Ou virou modismo. Não se
tem (ou não se quer), busca do conteúdo teológico. Então os “pregadores”
reivindicam autenticidade prática do sentido verdadeiro do advento. Deixa-se escapar que aquele velho ditado
grego “a prática é tudo”, foi banido até mesmo dos cristãos, com referência ao
significado e desejo de se viver o Natal
como um estilo de vida, e assim ele não frutifica. (ou frutifica pouco
entre os verdadeiros fiéis)
A Verdade do Natal, porém, vai além das
circunstâncias que a religião e a sociedade lhe impõem. Além do trato religioso
e cético dos humanos. A pesar de tudo há um remanescente fiel que reconhece ter
sido tocado e mudado por Cristo: sua vida, morte, ressurreição e glorificação.
Esses, não curtem uma “festa de natal”, ou o “tempo de Natal”, eles celebram o
Natal. Celebram a Deus a diferença que o Natal fez e faz em suas vidas.
Num contexto assim o Natal a cada ano vai
além da festa, então é um verdadeiro culto a Deus, ao “Verbo que se fez carne e
habitou entre nós cheio de graça e de verdade, mostrando-nos sua glória”. “Glória
a Deus nas alturas e paz na terra a todos que ele quer bem”.
Desejamos que o Natal seja para nós
expressão diária de nossa conversão a Cristo.