sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

A BUSCA DO SENTIDO DO NATAL

Mas de dois mil anos se passaram e a mensagem do Natal continua ecoando entre nós. Porém é um eco cheio de contradições. É curioso que o verdadeiro sentido da festa é reclamado, a cada ano mais intensamente, a partir de próprios círculos cristãos. Nos cultos, nos sermões, nas performances teatrais, nas músicas, repica-se o vocativo. É o chamado a um testemunho autêntico.
Há um por que para essa insistência? Penso em três possibilidades:
1)        Ou Cristo e sua mensagem não são entendidos e vividos integralmente (o sentido do Natal como prática diária);
2)        Ou o Natal virou uma mera tradição, e nesse caso seu significado não importa, contanto que pessoas tenham algo a festejar. (Justifica-se o mercantilismo em torno do mesmo).
3)        Ou virou modismo. Não se tem (ou não se quer), busca do conteúdo teológico. Então os “pregadores” reivindicam autenticidade prática do sentido verdadeiro do advento.  Deixa-se escapar que aquele velho ditado grego “a prática é tudo”, foi banido até mesmo dos cristãos, com referência ao significado e desejo de se viver o Natal  como um estilo de vida, e assim ele não frutifica. (ou frutifica pouco entre os verdadeiros fiéis)
A Verdade do Natal, porém, vai além das circunstâncias que a religião e a sociedade lhe impõem. Além do trato religioso e cético dos humanos. A pesar de tudo há um remanescente fiel que reconhece ter sido tocado e mudado por Cristo: sua vida, morte, ressurreição e glorificação. Esses, não curtem uma “festa de natal”, ou o “tempo de Natal”, eles celebram o Natal. Celebram a Deus a diferença que o Natal fez e faz em suas vidas.
Num contexto assim o Natal a cada ano vai além da festa, então é um verdadeiro culto a Deus, ao “Verbo que se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade, mostrando-nos sua glória”. “Glória a Deus nas alturas e paz na terra a todos que ele quer bem”.

Desejamos que o Natal seja para nós expressão diária de nossa conversão a Cristo. 

terça-feira, 24 de novembro de 2015

SÓ A PAZ DE CRISTO ELIMINARÁ O TERROR PELA RAIZ


Terrorismo é a afirmação da impossibilidade de luta. É a aceitação da inferioridade, a negação da ciência, do conhecimento. É dizer-se sem opção diante das melhores alternativas. É o império medonho do egoísmo. É arma de fracos, de invejosos, de quem não quer articular diálogos por entender que somente o seu “mundinho” deve ser considerado.  É a saída dos que pregam a diversidade cultural só de palavras, mas no fundo alimentam empurrar crenças, costumes e valores goela dentro – é falar de paz com mãos armadas, paz a preço de sangue inocente.
Terrorismo não é apenas o que ocorreu em Paris ou em New York, ou o que ocorre diariamente nos contextos fundamentalistas (refiro-me a todos). Mata-se por inveja, ódio, interesses financeiros, disputas por posições sociais, religiosas e intelectuais, pela dificuldade de se conviver com diferenças especialmente no trato subjetivo – anula-se a alteridade. O terror é a bomba que explode a cada dia: em artefatos, em palavras, em olhares, em decisões interesseiras, em desprezos e preterições e até em pensamentos.
A causa, a Palavra de Deus define: é preciso compreender que “aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. [...] Nós amamos porque Ele nos amou primeiro” (I JO 4.8, 19)
Só uma transformação na raiz poderia fazer nascer o fruto bom da compreensão, da bondade, da compaixão e do amor. Que Deus restaure a paz entre nós!

terça-feira, 23 de junho de 2015

TEORIA SOCIAL DO DISCURSO

 (RESENHA DO 3º CAPÍTULO)

  “A constituição discursiva da sociedade não emana de um livre jogo de ideias nas cabeças das pessoas, mas de uma prática social que está firmemente enraizada em estruturas sociais materiais, concretas, orientando-se para elas.”   (Acesse o link: Resenhas)

A EMERGÊNCIA DO DIÁLOGO NA PÓS-MODERNIDADE

Casarão em Gargalheiras - Acari-RN.
Diálogo - Portas abertas
Acervo Jailson Estevão dos Santos
 Embora o diálogo tenha sido uma necessidade de todos os tempos, a tônica urgente de seu reaparecimento como algo além de si mesmo – o diálogo pelo diálogo - é cada vez mais, uma emergência nestes tempos pós-modernos.

Isso é dito não pelo aspecto meramente do encontro entre os seres humanos, o que pode soar piegas. Mas porque há uma urgente necessidade por uma análise mais acurada da diferença como marca social, e consequentemente, como o grande diferencial entre os humanos. A dialética é fator de exigência à compreensão das coisas sob a pena do claustro cultural.

As coisas que nos referenciam reciprocamente estão todas na base de um discurso de fundação.  Razão porque precisamos avaliar o que cremos, como cremos, porque cremos e de onde cremos (o objeto, o processo, a origem e a razão).Ou seja, aqui está a emergência de interação com a diversidade histórica, claro, analisada pela ótica da crítica-literária, exegética e semântico-argumentativa. A própria teologia queda-se aos pés de uma análise crítica dos fatos e das crenças ao não aceitar assertivas descontextualizadas do processo histórico de aceitabilidade dos textos sacros antigos, ou seja, desprovidas de uma aproximada compreensão linguística e sócio-histórica da sociedade que os recebeu.

Assim, podemos acreditar nas possibilidades múltiplas que o diálogo criará entre todos os povos. É preciso ler e se aprofundar em leituras diversas, para não corrermos o risco de entender que há apenas uma leitura (a nossa em particular).

Só o diálogo construirá uma sociedade melhor, mais polida, mais humana. Uma sociedade formada por seres que não violentam o outro para garantir posições e poder.