quinta-feira, 19 de outubro de 2017

REFORMA DO SEC. XVI – 500 ANOS – A REVOLUÇÃO PELA FÉ



No dia trinta e um de outubro os crentes em Cristo, celebram o aniversário de um dos marcos mais importante dos últimos tempos: A Reforma Protestante do Séc. XVI, que agora (2017) completa 500 anos. Os Protestantes[1], como assim foram chamados os que aderiram à interpretação dos reformadores, hoje representados por diversos segmentos evangélicos, creem na Bíblia como única regra de fé e prática e amparam-se nos postulados que sustentam os ideais da própria Reforma: *Sola Gratia - "Somente a Graça", ou a única causa eficiente da salvação; * Sola Fide - "Somente a Fé", ou a exclusividade da Fé como meio de Justificação; *Sola Scriptura - "Somente a Escritura", ou a autoridade e suficiência das Escrituras; *Solus Christus - "Somente Cristo", ou a suficiência e exclusividade de Cristo. *Soli Deo Gloria - "A Deus somente, a glória", ou a exclusividade do serviço e da adoração a Deus. Estes fundamentos contrariam desvios doutrinários absurdos, os quais já haviam sido determinados por bulas papais, como era o caso da venda de indulgências. (Bettensson, p. 228).
São essas as bases que identificam uma Igreja como sendo realmente reformada e evangélica. Significa que aquele movimento trouxe a Igreja de volta à Bíblia, e abriu portas para a liberdade de expressão. A repercussão disso se deu tanto no campo eclesiástico, como na cosmo visão científica e sócio-intelectual. O Calvinismo, por exemplo, “não se deteve numa ordem eclesiástica, porém expandiu-se em um sistema de vida”. (Kuyper, p. 180). As universidades sempre reconheceram a importância da Reforma na história do mundo.
 Por essas bases supracitadas, vê-se, também, que precisamos de uma nova Reforma no seio da Igreja. Católicos insistem em não abrir mão da tradição e idolatria, e por incrível que pareça, alguns segmentos ditos “evangélicos”, surgiram com comportamento de seita, preconizando misticismo e afrontas ao ser de Deus e a todos os seus atributos. Hoje, é bem verdade, ainda precisamos muito não só de uma, mas de várias Reformas.
Mesmo sabendo que o Evangelho tem sido pregado, que a Igreja teve o seu momento de retorno à Bíblia como revelação divina, a humanidade pecadora tem dificuldades de assumir uma postura de arrependimento, e o pecado continua a dominar o coração do homem. Penso que a Igreja tem esquecido o contexto religioso pagão em que viveu naqueles séculos de trevas, no qual o seu testemunho de fé exerceu forte influência, ainda que a preço de vidas. Hoje em algumas situações os mega eventos, os cultos shows e os interesses pessoais, tem tomado o lugar da Palavra de Deus. Se alguns líderes não se levantam mais, enfaticamente acusando o erro e apontando o caminho, é quase certo que a situação espiritual do povo poderá até se tornar pior do que era naqueles tempos de cegueira espiritual.
Porém, de nada adianta a gente viver de nostalgia e passar a lamentar o enaltecimento de costumes errados que surgem em detrimento de um movimento que foi uma verdadeira revolução[2]. Precisamos mesmo erguer a nossa voz, destemidos, para que a Verdade reine e norteie os rumos da Igreja de Cristo rumo à vida eterna.

                                               
                REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.       D’AUBÍGNÉ, J. H. Merle. Casa Editora Presbiteriana, S/D São Paulo.
2.       KUYPER, Abraham. Calvinismo. Editora Cultura Cristã, São Paulo, 2003.
3.       BETENSSON, Henry. Documentos da Igreja Cristã. ASTE, São Paulo, 1967.
4.       WALKER,M Williston. História da Igreja Cristã. ASTE, São Paulo, 1967.
     





[1] A Reforma não foi uma revolta, mas pode ser considerada uma revolução porque operou uma mudança radical no mundo. “[...] o Cristianismo e a Reforma são as duas maiores revoluções da história”. (D’aubígné pp. 06, 06)
[2] Os golpes que desferiram contra Lutero foram, “porque a verdade que ele pregava era muito prejudicial aos cofres da igreja e dos hereges”. D’aubígné p. 259)